Concerto de OntoArte na Sala Branca do Grande Palácio de Peterhof
Concerto em órgão e piano executado por Antonio Meneghetti na Sala Branca do Grande Palácio de Peterhof, em São Petersburgo. Uma introdução crítica à compreensão da música do Maestro.
Nos encontramos na Sala Branca situada no Grande Palácio em Peterhof, residência construída por Pedro, o Grande e inaugurada em 1723. Como Versalhes em Paris, a Reggia di Caserta na Itália, o Palácio Schömbrunn em Viena, o Czar o quis fora do centro habitado de São Petersburgo e exatamente aqui vivia a sua parte mais pessoal, recreativa de amor e arte. A Sala Branca era o principal lugar dedicado à música, ao teatro e à arte. Não era aberta ao público, era reservada ao Czar o conjunto de nobres amigos convidados para os concertos. Essa sala foi recentemente restaurada e se organizou, na ocasião dos 300 anos da fundação de São Petersburgo, um encontro de 45 Chefes de Estado. Depois deles, o concerto do Maestro Antonio Meneghetti. (...)
O discurso artístico do Maestro Antonio Meneghetti vem de uma consumação daquilo que se ensina nas mais sérias academias. Mas àquele ponto, deve-se decidir: consumadas todas as belezas dessa ordem racional, resta a tumba. Caso se queira viver em espaços em avanço sem destruir o precedente, deve-se criar um novo universo.
Aqueles que têm um conhecimento técnico da música ou da composição, ou de um modo de tocar poderia considerar a música de OntoArte um gênero “instintivo”, às vezes espontaneístico. Na realidade, existe uma perfeita cognição racional, deliciosamente maestra. Na música dos concertos de OntoArte não é consentido um mínimo de improvisação. É a lucidez de todas as regras de contraponto, dos acordes, dos ritmos de diversos estilos musicais, em vários horizontes. Durante um concerto de OntoArte, o Artista sabe sempre, momento a momento, aquilo que está executando, jamais se trata de um instinto jogado ao acaso. Podem existir variações, colorações diversas, porém existe sempre um contraponto que se junta a uma consumada experiência de entendimento musical segundo uma precisa ordem intelectiva que antecipa emoção e racionalidade.
No início, parece existir sempre um momento de caos, que porém imediatamente se reorganiza em uma síntese que, se para os outros é fruto de séculos de refinadas mudanças, para este Artista é somente o primeiro que se recompõe para dar início a um novo universo onde a ordem é somente psíquica. As primeiras três notas indicam o tema ou argumento; as sucessivas quatro o definem. As sete notas seguintes definem o estilo e o modo da evolução. Sucessivamente, abrem-se doze variáveis. A obra maestra escolhe somente uma dessas e a mantém na essência lógica, usando a contemporaneidade das outras.
O Maestro Antonio Meneghetti, na unidade de sentido, consente ao cromatismo temático o acesso contemporâneo em universos múltiplos.
E o fruidor reconhece e ama determinados trechos, porque coincidem no previsto potencial que está escrito também dentro dele.
Trechos do artigo de Filippo A. Bueti, publicado com o título “Il canto delle fontane”, na revista Nuova Ontopsicologia. n.2-2003. Ano XXI. p. 87.