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A Investigação Empírica do Nexo Ontológico no Comportamento Decisório Humano Como Índice da Necessidade de Revisão do Modelo da Racionalidade Limitada
O ano de 2002 representou um marco tanto para a Economia quanto para a Psicologia. Nele, foi conferido a um economista e a um psicólogo o Nobel em Economia por uma pesquisa desenvolvida ao longo de quase 30 anos cujo resultado se constituiu em abalar e reformular um dos pilares fundamentais da microeconomia, qual seja, a premissa do homo economicus, segundo a qual o ser humano toma suas decisões de maneira racional, portanto, de forma lógica, dispondo de informações completas e almejando maximizar a própria felicidade, ou melhor, a própria utilidade. De fato, a publicação da obra “A crise das ciências européias e a fenomenologia transcendental”, do filósofo alemão Edmund Husserl, em 1936, e outros trabalhos científicos do mesmo período, tornaram--se célebres justamente por abalarem os alicerces da ciência. São exemplares os teoremas da incompletude, do matemático austríaco Kurt Gödel (1931), que demonstram a impossibilidade de reduzir a Matemática a um conjunto de axiomas completos e, ao mesmo tempo, consistentes; bem como o princípio de indeterminação, formulado pelo físico alemão Werner Heisenberg (1925), pai da física quântica, que impõe restrições à precisão com a qual medidas simultâneas de um dado fenômeno podem ser efetuadas: ambos modelos de um estilo de cientificidade. Nos anos seguintes à divulgação do Nobel em Economia de 2002, um dos autores investigou o tema da racionalidade limitada, junto à Universidade Estatal de São Petersburgo, Rússia, utilizando uma abordagem teórica que estava, aparentemente, na contramão da tendência em acusar pura e simplesmente o modelo do homo economicus (AZEVEDO, 2007). “Contramão” não porque refutava os resultados das pesquisas em finanças comportamentais, mas porque buscava critérios intrínsecos à experiência decisória humana, indagando seus limites e possibilidades, mas principalmente por ir além da teoria do consumidor, abraçando decisões existenciais reais tomadas nos mais diversos campos, utilizando para isso o método da Ontopsicologia: teoria do conhecimento que dispões de critérios empíricos complementares para o uso racional da intuição (AZEVEDO; BARBIERI, 2013; VIDOR, 2013).
AZEVEDO, E. L.; MENDES, A. M. M. A investigação empírica do nexo ontológico no comportamento decisório humano como índice da necessidade de revisão do modelo de racionalidade limitada. In: FUNDAÇÃO ANTONIO MENEGHETTI (Org.). Ontopsicologia: ciência interdisciplinar. Recanto Maestro: Fundação Antonio Meneghetti, 2015.